domingo, 7 de fevereiro de 2010

Da efemeridade das coisas...

Tudo é efêmero. Tudo. Mas sempre acabamos por crer que certas coisas são eternas. Mas até mesmo a crença de que existem coisas eternas é efêmera. Cedo ou tarde acabamos nos deparando com isso, nem que seja, em útlimo caso, à força. A vida é um enigma? Não penso assim... Ela é enigmática a quem se propõe sobre ela refletir, pensar, matutar. Não é enigma a quem simplesmente a vive. A quem pensa sobre a vida em demasia, acaba por ter a ligeira sensação de que tem controle sobre o que lhe ocorre. Sensação, nada mais. Efêmera como é, como tudo é, a vida não se presta a ser pensada, mas vivida. Não que pensá-la seja um problema per se, mas quando se passa mais tempo pensando que vivendo, aí sim a coisa toda se complica. O tempo é a alguns maldoso, perverso, implacável. A outros é necessário até. Às vezes torcemos para que passe rápido. Outras vezes, para que sequer passe. É ele o responsável pela efemeridade das coisas. Não se apressa, nem se atrasa. Não se permite manipular, por mais que queiramos fazê-lo. Contraditório? Sim! Por isso mesmo o tempo, que faz da vida um constante e ininterrupto devir, é o que deixa tantos e tantos receosos, amedrontados, enclausurados, enfim, seguros da efemeridade das coisas... Seguros, mas não livres. Creio que as grandes decepções amorosas são fruto da crença na permanência das coisas e das pessoas. Quando se crê que o outro será o outro, sempre igual, é incorrer em sério problema. Por quê? Porque somos nós, também, ou até mais que todo o resto, efêmeros. Mas, apesar de efêmeros, continuamos sendo nós mesmos. Essa é a grande virtude do ser humano. Poder, ao longo da vida, passar a ser outro, sem deixar de ser si mesmo. Outra contradição? Sempre!

A borboleta é sempre usada como um exemplo de efemeridade, dada sua sempre curta vida. É também ela um dos símbolos da psique. Coincidência? Acho que não...

Enquanto escrevia pensava sobre a vida. Agora com licença que vou ali viver...








Um comentário:

  1. Lindo seu texto....adorei! pra ser si mesmo é preciso ter coragem! parabéns!

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