quinta-feira, 6 de maio de 2010

18 de Maio


Em homenagem ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, 18 de maio, escrevi essa poesia... Porque a luta não pode parar!!!

Normal vem de norma,

Uma espécie de forma,

Por isso a gente informa,

Que não se conforma.


O louco escapa a ela,

Nada contra a maré,

Entra e sai pela janela,

Louco sim, qual é!?


Normais são tantos,

Loucos são poucos,

Enfim, quem fica aos prantos?


Loucos somos poucos, afinal,

Em ser louco, nada mal,

Ser normal, isso sim, não é normal...



5 comentários:

  1. Para variar um pouco vou polemizar no seu blog.. hahaah.
    Achei poéticos e românticos os versos por ti escritos, mas são um eufemismo inocente da chamada "loucura", que é tão grave. Nunca gostei da palavra manicomio, só de falar já da um arrepio na gente. A luta antimanicomial é bacana, visa evitar excessos e principalmente acabar com a internação com intuito de excluir o paciente/cidadão/"louco" da sociedade e não ajudá-lo com a sua patologia. No entanto, excluir de maneira permanente as internações psiquiátricas mais diversas é inimaginável. Essas internação são necessárias ao paciente e à sociedade. Tais internações devem sempre ter o objetivo de tratamento, melhoria das condições clínicas do paciente, nunca apenas excluí-lo da sociedade. Portanto, concordo em termos com a luta antimanicomial, mas acho que o radicalismo de extinguir a internação psiquiátrica seria irresponsável e prejudicial à pacientes e à sociedade. Sem mais...

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  2. Rafa, fique à vontade pra polemizar, a ideia do blog é essa mesmo...

    Mas então, uma pergunta: e a ideia de leitos psiquiátricos em hospitais gerais? O que pensa sobre isso? Há como internar sem excluir? E penso que não é preciso colocar louco ou loucura entre aspas, isso faz parte de um processo coletivo de construção e afirmação de identidade, de afirmar-se diferente para aí então poder exigir a igualdade de direitos. Essa é uma das bases, penso eu, do movimento social da luta e de vários outros movimentos sociais contemporâneos. Lenha na fogueira! Adoro seus comentários, sempre enriquecem as discussões...

    Abraço enorme!!!

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  3. Hummm, achei legal seu modo de pensar de se afirmar como diferente para exigir direitos iguais.Acho q leitos psiquiátricos em hospitais gerais são uma ótima opção, mas eles necessariamente têm que ser separados, deve haver uma ala psiquiátrica, que em geral fica trancada. Internar sem isolar acho q é impossível, faz parte do tratamento nos casos necessários. Mas isso não vale apenas para psiquiátricos, vale para tuberculosos, crianças com meningite, imunodeprimidos com herpes zoster e assim por diante. Todos precisam de isolamento por um tempo, para então serem reintroduzidos à vida normalmente. Por isso não vejo o isolamento como um pecado capital, apenas como um período necessário do tratamento. Que acha???

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  4. Rafa, pq a ala psiquiátrica deve ficar trancada? Penso que os outros casos que vc citou que acabam por exigir isolamento são para a proteção da sociedade, para que não haja contágio, correto? É preciso proteger a sociedade do paciente psiquiátrico?!?! Não se trata de contágio, é claro... O que seria então?! Os serviços substitutivos (como os CAPS, por exemplo...) são uma opção muito mais humanizada, não excluem o paciente, não o retiram do convívio social para tratá-los e depois reinseri-los. Internar em situações extremas é até compreensível, mas pq tem que ser em ala separada e trancada? Tb sou militante da educação inclusiva, por exemplo, e não basta tirar a criança com necessidades especiais da escola especial e colocá-la numa sala especial dentro da escola regular, tem que ser dentro das salas de aula regulares, sem exclusão, e me parece a mesma relação com o paciente psiquiátrico...

    Abraço!!!!!!!!!!

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  5. Concordo em partes com você, a necessidade de ala psiquiátrica separada e trancada é necessária porque em muitas patologias psiquiátricas não há crítica do paciente em relação a sua condição. Muitas vezes ele sequer tem noção de que está doente e se a porta estiver aberta ele simplesmente vai embora. Não sei qual a sua experiência com esse tipo de paciente mas manter um indivíduo em mania franca ou um esquizofrênico em delírio (só pra citar 2 exemplos) em conjunto com outros pacientes é inviável. Não traria benefício a nenhum deles. Os CAPS são ótimos, mas não conseguem alcançar 100% de efetividade no tratamento de todos os pacientes, por isso continuo achando prudente a internação quando necessária. Sobre o CAPS ser mais "humanizado", discordo. Aliás, discordo demais desse termo, parece que o tratamento ou abordagem feita ao paciente é desumana ou cruel. Todo paciente é um ser humano, logo todo e qualquer atendimento é humanizado. A respeito da educação inclusiva sou a favor tmb, exceto em casos extremos onde não há capacidade de interação da criança com um grupo ou em casos de comportamento violento e etc...
    Sem mais... Abração

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