sábado, 2 de janeiro de 2010

Assalto...





Caríssimas e caríssimos! Feliz 2010 a todas e todos! E no primeiro dia do ano o que eu presencio? Um assalto!!! Sério, e por pouco não fui eu o assaltado... Antes que algum palhaço resolva fazer uma gracinha, não, nenhum dos dois estava com camisa do timão (era do cruzeiro! kkkkk). Estava eu tomando minha skol gelada no Skema ontem quando dois meninos, adolescentes certamente, começaram a rondar, e em poucos minutos um deles puxou uma arma da cintura e tentou levar algo de um pessoal que estava em uma mesa próxima. Na mesa estava uma família, com crianças e tal. Todos se assustaram e levantaram correndo da mesa, e sem saber o que fazer, os dois subiram numa bicicleta e sumiram. Imaginem a correria generalizada. Aos que não sabem, há uns anos atrás um homem foi baleado e morreu num assalto nesse mesmo buteco, então, imaginem a gritaria. Bom, passado o susto, e os comentários que escutei, do tipo: 'pena de morte é a solução!!!', 'não se tem mais sossego!!!', 'espero que peguem e batam bem nesses filhos da puta!!!', fiquei pensando neles, onde moravam, qual a história de cada um deles, coisas assim. E hoje fui ao cinema assistir 'Lula, o filho do Brasil'. Aí fudeu. Isso porque foi aí mesmo que fiquei encucado, pensando que são também, aqueles dois, filhos do Brasil, não são? E aí? Qual a diferença? O que faz um fazer tudo o que fez e outros seguirem rumos tão diversos na vida? Não me venham com o papo de que depende do caráter de cada um e coisa e tal porque não cola. Principalmente se for por um viés naturalista, do tipo 'nasceram assim', aí é que não concordo mesmo. Mas claro, não esperem nenhuma resposta, porque encucado fiquei, encucado estou, e encucado continuarei, com certeza...

Abraços a todas e todos!!!

4 comentários:

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  2. Irmão, esse assunto é de fato difícil né? Ja migrei de opiniões umas mil vezes sobre os porques das diferenças entre as pessoas da época do cursinho até hoje. Atualmente penso que o que vai diferenciar um homem do outro é o comodismo, como, já explico. Ao nascermos todos nós temos escolhas a fazer, simples e complexas, que vão moldando nossa personalidade com o passar do tempo. Como discutimos em Moc em dez, julgamos que a personalidade muda durante a vida, lembra? Logo, penso que sempre que o ser humando procura o caminho mais fácil, mais simples ou com menos esforço ele enlaça numa rede perigosa que pode culminar com o crime, independente de ser roubo a mão armada ou desvio de dinheiro público. Um valor pouco valorizado atualmente é o trabalho, o esforço diário mesmo, acho que por descrença na política com suas meias e cuecas recheadas. Cada um na sua realidade social tem escolhas, sempre as escolhas consideradas mais difíceis, mais trabalhosas nos empurram para frente. Nós, graças aos nossos pais, tivemos a oportunidade de estudar e a agarramos veementemete, tanto que não paramos e não pretendemos parar de estudar não é mesmo? E com isso seguiremos nossas vidas como "homens de bem". Alguém de situação financeira pífea também tem escolhas, todas árduas, mas se escolher o caminho do trabalho (mesmo que braçal e duro) não se envolverá com o crime ou algo parecido. Se trabalhar e estudar então, poderá quem sabe um dia conseguir uma situação melhor. Mas o comodismo é o câncer da humanidade, quem quer tudo de mão beijada sempre cultiva maus valores. Seja um filhinho de papai que vive de "chupinhar" seus genitores até a morte deles, seja um ser humano pobre que entra no mundo do crime para conseguir dinheiro fácil.
    Concordo, que do meu ponto de visa, da classe média, é mais fácil analisar as coisas desse modo, não sei como pensaria se estivesse vivendo numa comunidade com menos que o essencial a vida, mas esses pensamentos foram o máximo que consegui.
    Sem mais, abraços.

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  3. Rafa, entendo bem sua colocação, mas pra mim ela está demasiado centrada nas escolhas do indivíduo. Claro que tais escolhas existem e são tomadas por todos todo o tempo, mas sempre dentro de certas condições e contextos sociais não construídos pelo sujeito, isoladamente. É como se escolhessemos dentro de uma gama bem pequena de possíveis escolhas. Já trabalhei e trabalho bem de perto com pessoas em situação social mais que precária e fico pensando que eu, particularmente, tenho um 'cardápio' de escolhas muito maior que eles. Claro que mesmo os que tem um vasto 'cardápio' podem seguir pelo crime, mas certemente tiveram muito mais possibilidades de escolha, e todas elas exigiriam deles muito menos esforço e persistência que dos que tem um 'cardápio' bem limitado. Me lembro de um senhor que conheci quando trabalhava pela prefeitura, alcoolista, que sobrevivia às custas do que encontrava no lixo. Até onde sei, nunca roubou nada de ninguém. Era ele vítima de muito preconceito, em virtude do alcoolismo. Só mudei de opinião quanto ao alcoolismo dele quando conheci a 'casa' dele. Nenhuma das pessoas que teve a oportunidade de conhece-la saiu de lá sem se emocionar e parar pra pensar. Que escolhas ele tinha? São excessões os que saem dessa situação, que conseguem melhores condições de vida, mesmo que mínimas. Nossa sociedade é excludente em seu cerne, sempre haverão excluídos enquanto nos organizarmos socialmente da forma como fazemos...

    Bom, viajei um bocado aqui, mas a ideia é essa mesmo...

    Bjo!!!

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  4. Bela reflexão, César!..

    Como boa simpatizante do Behaviorismo, eu diria que a forma como cada indivíduo discrimina os estímulos do meio, somado com a privação de uma série de fatores que sua charge mostrou muito bem, seriam determinantes para eliciar tais comportamentos... (risos...)

    Mas, deixando as teorias de lado, confesso que também já me peguei vendo o outro lado da história. E fico sempre angustiada, encucada e, sobretudo, com um sentimento triste de impotência... Haveria solução pra esse problema? Quais meios, caminhos, podemos nós, cidadãos comuns, trilhar que vá ao encontro de uma solução? Difícil...

    Mas, acho muito válido pensarmos a respeito.
    Obrigada por me proporcionar isso.

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